Sobre mim

Assinatura de Acordo de Geminação com Ksar el Kebir

foto Carlos Afonso

Frederico Mendes Paula

Licenciado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1981) e pós-graduado pelo Institute for Housing Studies de Roterdão (1982). Frequentou o curso de Árabe Clássico e Cultura Muçulmana da Universidade Nova de Lisboa (1978-1980).  Frequentou o curso de Oficina Gráfica do AR.CO, Centro de Arte e Comunicação Visual de Lisboa (1976).

Organizou e participou em vários seminários e conferências, em Portugal, Espanha e Marrocos, apresentando 106 comunicações. Organizou em Marraquexe (2017) e em El Jadida (2018) duas acções de formação para guias de turismo marroquinos sobre património de origem portuguesa em Marrocos, com o apoio da Embaixada de Portugal em Marrocos e do Ministério da Cultura do Reino de Marrocos. Organizou em 2019 e evento da Efeméride dos 250 Anos do Abandono da Praça de Mazagão, promovido pela Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico e com o apoio da Embaixada de Portugal em Marrocos. Participou na reportagem da SIC “Marcas que o tempo não apagou”, apoiada pela Delegação do Turismo de Marrocos em Portugal, na definição do itinerário, apoio científico e contactos institucionais, bem como na realização de depoimentos gravados.

É responsável pela gestão das parcerias e geminações da Câmara Municipal de Lagos com municípios marroquinos, no âmbito das quais desenvolve actualmente o projecto do Centro de Interpretação da Batalha de Alcácer Quibir, a instalar na cidade de Ksar El Kebir.

É autor e co-autor de 36 publicações e artigos sobre temas relacionados com a sua actividade profissional e com as relações históricas entre Portugal e Marrocos, com destaque para os livros “Portugal em Marrocos. Olhar sobre um Património Comum”, publicado também em língua francesa (2016) e “Histórias de Portugal em Marrocos” (2019). Realizou para o Instituto Camões e Embaixada de Portugal em Marrocos um conjunto de 5 vídeos sobre a presença portuguesa em Marrocos, em versões portuguesa, árabe e francesa (2020-2022).

Foi distinguido com o “Prémio Memória e Identidade” da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (2014), com o “Prémio Gulbenkian para a Valorização do Património” (2003 e 1997) e com o Brasão da Commune de Ksar El Kebir, Município de Alcácer Quibir, Marrocos (2018).

É membro da Ordem dos Arquitectos (Membro do Conselho Nacional de Delegados em 1999-2001 e do Conselho Regional de Delegados em 2002-2004). É Secretário-Geral da Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (2018–) e membro do Conselho de Curadores dos Centros Históricos Portugueses (2014–). É Vice-Presidente da Direcção do Instituto de Cultura Ibero-Atlântica (2024–, associado desde 2020). É membro da Direcção e Sócio-fundador do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves (2018–, associado desde 1988). É membro da Fundação Al-Idrisi Hispano-Marroqui (2003).

70 comments on “Sobre mim

  1. Boa tarde.
    Sou militar aposentado e “contribuinte externo” do Sistema de Informação de Património Arquitectónico (SIPA), actualmente dependente da DGPC.
    Na sequência da visita de um meu colega à aldeia de Douar Souaken, tive conhecimento do que resta do Memorial a D. Sebastião.
    Durante as buscas de mais informação na internet, encontrei a sua página e o artigo «D. Sebastião e a Batalha de Alcácer Quibir» que muito me auxiliou na elaboração da proposta de novo registo que pretendo submeter ao SIPA.
    Contudo, como disponho apenas de fotografias nocturnas do que resta do memorial (o meu colega chegou a Douar Souaken já de noite), ouso pedir-lhe duas imagens constantes do artigo: a dos «vestígios do Memorial a D. Sebastião em Douar Souaken» e, se o Excelentíssimo Professor Mohamed Akhrif autorizar, a do Memorial original.
    Caso seja possível tais cedências, agradeço que as imagens (com boa dimensão e resolução para que sejam passíveis de publicação no site http://www.monumentos.gov.pt) sejam enviadas para j.sequeira.almeida@gmail.com. Relativamente à foto que presumo ser sua, agradeço que me indique a data de obtenção.
    Obrigado
    Com os melhores cumprimentos
    João Almeida

  2. Prezado Frederico, acabei de visitar Mazagão, cuja história desconhecia. Encontrei seu artigo “Os Mazaganistas” pesquisando na Internet e quero agradecê-lo por disponibilizar tanta informação valiosa e interessante, não só no artigo como no resto do site, que pretendo ainda explorar. A presença portuguesa no Marrocos é agora um assunto sobre o qual desejo saber mais.

    • Caro Fernando
      Marrocos é um Mundo de surpresas sobre o nosso passado. Pena que não haja mais informação sobre o Património de origem Portuguesa disponível nas entidades de turismo para quem visita o País. É bom saber que gostou do blogue. Cumprimentos

  3. Hello Frederico,
    Thank you for your amazing work.
    هناك بعض الآثار يعتقد أنها بقايا حصن برتغالي. المكان يوجد بجماعة سيدي عابد، إقليم الجديدة.ـ
    هناك بقايا جدران و مخازن محفورة من صنف “مطمورة”ـ
    يوجد الموقع في قمة تلة مطلة على الشواطئ و على الأراضي الخلفية. و هذا الاختيار الاستراتيجي يسير إلى دور عسكري للمنشأة التي كانت هناك.ـ
    يمكن الاطلاع على الصور عبر هذا الرابط:ـ
    facebook.com/DokaalaMonuments/posts/2277105682312320

    إحداثيات جي بي إس (أنظر خرائط غوغل):ـ
    32°59’48.5″N 8°43’11.5″W

    هل هناك إمكانية للمساعدة في كشف أسرار تلك المنشأة من فضلك؟ هل هناك إشارات لهذا الموقع في الوثائق القديمة؟ هل هناك مخططات لشكل المنشأة / دورها / تاريخ تشييدها / من شيدها … ؟ـ

    شكرا جزيلا فيديريكو .ـ

    • Cher Rhanem
      Je ne connais pas des références a propôs de cet endroit et je doute qu’il aurait une origine portugaise. Dans les chroniques il n’y a pas de textes avec des descriptions sur le lieu. En plus, il est trop dedans le territoire et pour être portugais il serait juste sur la Mer ou alors a une distance raisonable d’une place forte pour avoir une ocupation pendant la journée et être abandone pendant la nuit, ça veut dire, qu’il devrait se situar a moins de 5 km. Peutêtre que la présence portugaise dans cet endroit (si existente) serait par moyen d’accords avec des tribus locales. Toute façon, je dirais que ce serait plutot une place de surveillance contre l’ocupation portugaise qu’un endroit d’emplacement de troupes portugaises.
      Un sujet à étudier si possible. Salutations et merci.
      Choukran Jazilan
      https://www.facebook.com/groups/188225844702049/?ref=group_header

        • Oui je comprends. Mais pour identifier cette place comme “portugaise” il faudrait en plus des témoins plus evidente du coté de l’architecture militaire. Choukran

            • When you say “portuguese documents” I think you mean documents from that time (XV-XVI th century). In those times there were no lists of settlements. We have official chronicles from the king’s houses and we have documents from construction works. In those documents you can identify 12 portuguese settlements with diferente characteristics, all of them on the Moroccan coast, from occupied cities, to forteresses and trading posts _ Sebta, Ksar Seghir, Tangiers, Asilah, Azemmour, Mazagan, Safi, Souira Qadima, Mogador, Ben Mirão, Santa Cruz and Meça. The actual documents (I mean since late XIX century) identify these settlements on the bases of the old documents. Some authors speculate about other settlements, in the Mediterranean coast, like Beni Boufrah or Mestassa, but their portuguese origin is mere speculation. Around the main occupied cities there were vigilance posts occupied only during the day to detect possible attacks, which means that they should have a maximum distance to the cities of around 5 to 10 km. Other places connected to portuguese occupation are indirect occupation. I mean in two diferente situations _ places built by portuguese renegates or places under portuguese allegiance, which don’t make them portuguese settlements Of course History is allways surprising us and field prospections are very importante, but, as I said, in old documents there are no references to other settlements then those 12 I referred. Talking about the example of Douar El Khemamla, it could never be a portuguese settlement, due to the distance to the sea (1 km is a lot when you depend on logistics coming from the sea) and due to the fact that there are no evidences of portuguese fortification, but only rural structures.

              Mapa das Praças-Fortes de Portugal na costa Marroquina

  4. Boa tarde Frederico Mendes Paula
    Enviaram me o seu blog! Que agradável! Conheço relativamente bem parte de Marrocos e ler o que escreve para mim é viajar . Também sou de Historia o que ainda mais me fascina a sua escrita! Vou degustando os temas.
    Adira me nos seus contactos.
    É um prazer

    • Boa tarde Vera. Não sou de História, mas de Arquitectura. No entanto, encontro na História muito daquilo que me interessa e motiva. Para seguir o blog, deverá procurar nos widgets laterais um que se chama “Follow Blog via Email” e receberá um mail sempre que um novo artigo for publicado. Cumprimentos

  5. Boa noite. Li com interesse o seu texto “Influências da Língua Árabe no Português” . Moro perto de um local chamado Almadafe. Nos últimos anos vejo surgir uma explicação para a origem do topónimo que me parece pouco plausível – que surge de «Alma da Fé». A palavra parece-me antes árabe, mas não tenho forma de ter sequer uma garantia que assim seja. Qual a sua opinião? É possível dela obter alguma significância? Grato!

    • Bom dia
      Almadafe, Concelho de Sousel. O termo pode ter diferentes origens. Uma possibilidade, a mais provável, é derivar de المضافة (Al-Madhaafa) que significa “o lugar dos convidados” ou “sala dos convidados”, um compartimento que existe normalmente junto à porta de entrada das casas árabes para receber os convidados. Outra será ter origem em المدفأة (Al-Midfa’a), que significa “lareira” ou “aconchego”, designação que hoje em dia é também dada aos aquecedores em geral. Na maior parte dos casos é difícil ser-se categórico em relação à verdadeira origem dos topónimos, já que a sua pronúncia pode ter sido adulterada com o tempo.
      Cumprimentos

      • Olá, caro senhor, como está?
        Muito obrigado pelo envio dessas vivências portuguesas em Marrocos!
        NÃO SEI quando as enviou, mas recebi-as aqui hoje.

        1 – Não me lembro se cheguei a dizer-lhe que sou seguramente descendente de uma filha de «Dom Joaõ de Portugal [que] acompanhou ElRey D. Sebastiaõ»…
        2 – Filha que, se certos os dados, casou com Lopo de Almeida. Não o 1º conde de Abrantes mas um descendente deste.
        3 – Essa filha do desaparecido, Joana de Portugal, foi a mãe de João de Almeida, que casou com Violante Henriques de Noronha.
        4 – Estes foram pais do 1º conde de ASSUMAR, base dos Alorna, e de «Manoel de Almeida» – meu 9º avô.
        5 – Saberá o senhor dizer-me? – se esse «D. Joaõ de Portugal» regressou… ou é apenas ficcionado no Fr. Luís de Sousa de Garrett

        m/Obrgd
        ccda.

  6. Buenas noches. Para mí, nacido en Marruecos, escritor e as vezes meio português, o seu blog me parece excelente. He pasado su dirección a muchos colegas y amigos. Le animo a seguir escribiendo. Muchas gracias por la información que aporta el blog. Até breve

    • Bom dia. Achei o texto muito interessante. No entanto, parece-me que seria ainda mais interessante relacionar as “qubbas” com os próprios santos, identificando-os e tentando relacioná-los com eventuais ritos locais antigos, como por exemplo os que hoje ainda existem em Marrocos ligados a vários “moussem” (trabalho que será sem dúvida de grande complexidade)

  7. Bom dia.

    Cheguei aqui enquanto procurava informação sobre “Badgir” (torres de refrigeração) e Muxarabyas (janelas com reixa) para um (delirante!) projecto pessoal.

    Confesso que desde que acedi ao conteúdo deste site ainda não consegui fazer rigorosamente mais nada. Cada capítulo é uma surpresa mais do que agradável, postula uma surpreendente cultura por parte do seu Autor e, não menos importante, revela uma escrita inteligente, cativante e elevada.

    Parabéns pelo magnífico trabalho!

    Muito obrigado pelo que me tem ensinado.
    J.B.
    (Lisboa)

    • Muito obrigado pelo seu comentario. A busca nas fontes escritas, a observacao local e a sua transmissao sao tambem uma forma de aprendizagem, que tenho o maior prazer em partilhar. Cumprimentos

  8. Boa tarde,
    Estamos a rever os contéudos da página internet da Embaixada de Portugal em Rabat. Como este seu blog me tem sido muito útil nas visitas a sítios históricos em Marrocos, incluimos as “histórias de Portugal em Marrocos” nas “ligações úteis” para os visitantes da nossa página. Espero que isto possa ajudar a difundir o blog.
    Com os melhores cumprimentos,
    Carla Grijó

    • Boa tarde
      É uma excelente notícia e uma honra para mim.
      O reconhecimento do mérito do trabalho realizado é sempre um factor de satisfação, mas quando esse reconhecimento vem das próprias autoridades oficiais tem um significado muito especial.
      Os meus agradecimentos
      Cumprimentos
      Frederico Mendes Paula

  9. Caro Frederico
    Muito obrigado pela partilha de tão interessante informação. Para um apaixonado por História e pela cultura de Marrocos o seu blog, é, realmente, delicioso. Têm -me acompanha ao longo destes últimos dias e é com muito prazer que neste momento o leio num terraço de El Jadida.
    Abraço.

    • Caro José
      Obrigado pelas suas palavras. Disfrute a Cidadela e se puder dê um abraço meu ao Abdeljalil Elboualami, guarda/guia da Cisterna Portuguesa.
      Um abraço

  10. Caro Frederico,
    Saúdo muito o seu esforço e interesse em recolhimento de informações sobre o mundo árabe-lusófono e os contatos mútuos. O seu blog é realmente muito bem feito e cada pessoa, seja filólogo, historiador ou arquiteto, encontra tudo o que precisa de saber sobre o tema. Gostava muito do artigo a respeito das influências da língua árabe no português.
    Sou da República Checa e estudo português na Universidade de Praga no ciclo de mestrado. Escrevo o trabalho de formatura cujo nome é: Influência do árabe no português. Descrevo lá as etapas nas quais o português entrava em contato com o árabe (a presença árabe na Península Ibérica, Malês e a imigração sírio-libanesa no Brasil). Também ponho em foco a questão de toponímios das cidades poruguesas no Al-Gharb.
    Dirijo-me a si por causa de um conselho. Estou a procurar o livro de José Garcia Domingues com título “O Gharb Al-Andalus”. Comprá-lo-ia, mas não posso encontrar o e-shop a oferecê-lo. O wook.pt e fnac não o têm à disposição. Não sabe onde poderia conseguir com o meu pedido? Ficarei contente de qualquer informações.
    Obrigado
    Com os melhores cumprimentos
    Jorge
    República Checa

  11. Olá! Encontrei seu blog procurando sobre Mazagão; estou desenvolvendo um projeto cultural baseado na história da mudança da população para a Amazônia, e seus textos estão sendo de muita ajuda.
    Gostaria de pedir uma informação, se possível: sua indicação de textos voltados ao estudo dos grupos mouriscos que viviam em contato direto dentro das povoações portuguesas (escravos, libertos, conversos) – se por acaso existir este tipo de estudo.
    Além disto, sabe dizer se seu livro se encontra para vender em alguma livraria aqui no Brasil?

  12. Valeu ! …que bom poder estar aqui ! foi num artigo (Aljamia ) de um blog que frequento ( Aventar ) que tinha guardado que encontrei hoje esta porta por onde entrar neste algures de gente especial !
    Saudações cordiais para si, Frederico Mendes Paula, prazer em conhecê-lo para poder frequentar em momentos de fuga ao quotidiano obrigatório e carregado de inquietudes e ruído este ciber-cantinho de disfrute de saberes e sabores afectivos e culturais !
    Amo de há muito ( desde antes de nascer ?! ) de forma fascinante e quase misteriosa a cultura árabe (origens ? ) , tenho todos os livros de Adalberto Alves que conhece com certeza, e outros, ” fugi” para Marrocos em grupo ou por conta própria várias vezes, as possíveis mas não todas as que desejaria , guardo emoções, afectos, deslumbramentos…….inoubliables !

    Felicito-o e obrigada__shukran__ pois, aqui virei mais vezes, tanto que aqui vislumbro que me alicia !

    Isabel Maria

    • Olá Isabel. Compartilhamos esse fascínio por Marrocos e pelos mistérios que encerra. Fico contente que goste dos conteúdos do blog. Um abraço

    • Por feliz coincidencia, achei o seu nome na Internet.
      Espero voce se lembre, nos encontramos em Coimbra no verao 1961.
      Nunca esqueici : seu pai, Dr. Armando Falco, se convertiu gentilmente em guia da nossa familia para nos fazer descobrir o Portugal.
      Gostaria muito de poder corresponder novamente e estar em contato com você.

      Maintenant, je vis au Brésil, c’est pourquoi je peux écrire en portugais…
      Souvenirs Inoubliables,
      François Camus

  13. Sou filho de Lagos e adquiri seu livro sobre essa cidade faz alguns anos, creio de quando vc. viveu por lá também, tempos em que o centro nevrálgico da cidade era o snack bar “Abrigo”, do velho Gil, livro(obra de arte) que guardo com muito carinho em casa de minha mãe, que ainda por lá vive, exatamente no icónico largo da Porta do Postigo e que eu, sempre que a visito, pego para folhear e rever alguns capítulos. Portanto, é com imenso prazer que volto a “reencontrá-lo”, e como tenho oportunidade de ver, a sua dinâmica continua pujante e envolvente, bem ao seu estilo. Atualmente vivo no Brasil e vou ficar atento aos seus posts, do qual sou fã. Um grande bem haja.Saravá

    • Caro amigo
      Lagos é mesmo assim. Uma cidade de partidas e chegadas, desde tempos imemoriais, facto que a sua história testemunha e o presente confirma. É também uma cidade que não deixa ninguém indiferente, varrida pela frescura da Nortada, espaço aberto ao oceano e ao multiculturalismo.
      Um abraço

  14. Estou fascinada com o seu Blog. Descobri-o, como muitos outros, por mero acaso e vou ser sua leitora assídua. Sou uma apaixonada pelo Al-Andalus (toda a minha família é do Algarve) tanto que frequentei aulas da sua História na FCSH e na FLUL. Infelizmente nunca fui a Marrocos. Obrigada pelo seu trabalho.

    • Eu é que agradeço as suas palavras.
      Algarve, Al-Andalus, Magrebe. Um espaço de trocas, de idas e vindas, de identidades partilhadas.
      De encontros e desencontros, de semelhanças e contrastes, de amores e ódios. Mas sobretudo de curiosidade e fascínio mútuos…

  15. Parabéns pelo site, sou um entusiasta sobre o assunto e encontrei ótimas informações aqui. Recentemente adquiri uma lâmina, com uma marca, e pelo seu amplo conhecimento gostaria de lhe enviar algumas fotos por e-mail.

  16. ¡Hola! Muy buenas, he leído algunos de sus textos, que me parecen magníficos. Quisiera contactar con usted para preguntar si conoce alguna fuente escrita árabe que hable sobre el corsario “El Desnarigado” de las fuentes españolas u “O Esnarigado” en las fuentes lusas que confirmen la posibilidad de su procedencia esclava, más allá del texto de Julio Contreras sobre el castillo.

    Asimismo si conoces bibliografía marroquí o árabe que hablen de este corsario. Estoy realizando un trabajo monográfico sobre él y la piratería berberisca, en unos términos algo semejantes a la “microhistoria”. He usado los siguientes textos (aunque sea para confirmar que no se cita al pirata, pero en muchos de ellos sí se hace; en too caso para contextualizar cosas que se relatan): Eannes de Zurara, Mascarenhas, Lucas Caro, Julio Contreras, Correa de Franca, Sureda Blanes, Criado/Ortega, Lucas Caro, al Ansari, así como los artículos de Francisco Montoya y García de la Torre.

    Gracias por su atención.

    • Caro Fran
      A referência ao episódio do ataque do Esnarigado ao forte português em Ceuta (no local onde hoje está o Forte do Desnarigado) está descrito na Crónica do Rei D. João II de Ruy de Pina e na Cronica do Conde D. Pedro de Meneses de Gomes Eanes de Zurara (que eu tenha conhecimento).
      No texto de Abel dos Santos Cruz “A Guerra naval no «Mediterrâneo Atlântico» (1415-1437): relatos do corso português no texto literário de Gomes Eanes de Zurara” existem também referências ao Esnarigado. Podes descarregar da net através do link http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4797.pdf.
      Quanto à figura do Esnarigado em si, também gostaria de saber mais. Talvez nem os que viveram na sua época saberiam…pelo que percebi, o facto de ele não ter nariz era sinal de que seria escravo, já que sobretudo os escravos que trabalhavam nas minas eram frequentemente “marcados” dessa forma.
      Em relação a autores Árabes, aconselho-te a consultares a obra de Leila Maziane, talvez a principal investigadora marroquina sobre o tema dos corsários.
      Cumprimentos

      • Gracias por tu respuesta. Rui de Pina aún no lo he podido leer, tengo una versión electrónica de su libro, pero me resulta extremadamente difícil leer, no por el portugués, sino por el manuscrito en sí.
        El de Zurara lo tengo y ya lo tengo perfectamente citado en mi trabajo. Conozco también el trabajo de Cruz, muy interesante. Pronto espero publicar una monografía con todas las citas al Desnarigado, que en el caso hispano-luso lo tengo casi terminado. De hecho casi todas las características de su leyenda las tengo citadas por sus fuentes.

        En cambio, la afirmación de su origen esclavo no está documentada. Por lo que tengo, parece una suposición lógica que se hace por varios autores del siglo XX, que reconocen que solo es una probabilidad. Un buceador ceutí anónimo afirma en el libro de Contreras haberlo leído por ahí. Con suerte, será en el libro de Pina. Pero sería maravilloso alguna referencia árabe. Intentaré consultar a Leila Maziane.

        ¡Muchas gracias!

        PD: He traducido al castellano tu artículo sobre Aicha Kandicha. He de comentarte que en google hay una versión que asegura ser la hija del Conde don Julián, el pérfido noble que traicionó a los visigodos por el ultraje a su hija en la corte de don Rodrigo. Parece que la pobre continuó con sus desventuras en África. Por mi parte, la leyenda es bastante conocida en Ceuta, aquí la versión es que aparece por la puerta, es fea, tiene piernas de cabra, cara de monstruo, y que te coge y vuelve a la puerta, que se hace dimensional, y te lleva a no-se-sabe-dónde. Es para asustar a los niños. Tanto, que se dice que la forma de protegerse es ocultándose con la manta: Aicha Kandicha no puede tocar nada de este mundo, salvo a los niños (lo del suelo, pues la típica contradicción de cuentos para niños).

        • Caro Fran

          Leila Maziane escreve principalmente sobre o período da República de Bou Regreg. De facto as fontes são escassas e aquilo que se sabe sobre o Desnarigado são sobretudo suposições.

          Quanto a Aicha Kandicha, a verdade é que ela é um mito. Com diversas explicações para a sua origem, mas sempre um mito, e todas as explicações são de certo modo tendenciosas e “bairristas”, no sentido de “puxarem” a história para o seu lado. Pessoalmente acredito que a mais credível seja a origem na mitologia fenícia, (já que é aquela que apresenta argumentos mais sólidos), com posterior integração na demonologia marroquina, sobretudo pelos místicos Hmadcha e pelos Gnaoua. As explicações de Tahar Ben Jelloun vão no sentido de a aproveitar para a luta anticolonialista e devo reconhecer que a história da Condessa Portuguesa é também uma forma de a integrar no próprio mito do português em Marrocos, que não tenho dúvida que existe, enquanto isso mesmo, mito. Mas o que parece ser de facto relevante é que a sociedade marroquina assumiu a lenda de Aicha Kandicha como um factor de moralização de comportamentos “desviantes” sobretudo dos homens, incutindo-lhes o temor pelo adultério e mesmo pelo sexo antes do casamento. Aicha personifica também certos recalcamentos masculinos, como o temor do homem pela mulher liberta e independente, o complexo do filho em relação à mãe ou à irmã mais velha. Finalmente, Aicha é também uma espécie de “papão” que castiga as criancinhas quando elas não comem a sopa ou se portam mal…

  17. Através de um post do FB cheguei ao teu blog. Tenho lido vários artigos e ouvido alguma música. Fascinante. Obrigada. Vanda Azuaga

  18. Encontrei este Blog por acaso e estou fascinada com a originalidade e riqueza cultural destes artigos. Quando se é um leigo numa matéria e há alguém que nos transmite uma satisfação assim por saber comunicar, fazer entender e encantar, é sinal que esse alguém tem arte.
    A descoberta desde Blog irá ser muito útil nesta minha nova actividade que faço por gosto e que se prende com a organização de tours em Marrocos. Sugiro que se possível, um dia possa haver também uma versão em francês ou árabe, para que os guias turísticos de Marrocos possam conhecer mais profundamente estas histórias e assim valorizar e difundir muitas destas curiosas e encantadoras histórias.
    Muito obrigada e espero agora curiosa o próximo artigo.

  19. comecei por pertencer a um grupo do FB sobre a cultura árabe e vim dar com o teu blog. Estou fascinada!!! Tanto para aprender! Obrigada pela partilha, bem hajas.

  20. Só digo isto : Muito Bom ! Obrigado por preservar uma Parte Tão Essencial da A lma de Portugal , tão íntimamente ligada ao Al Andaluz e a Marrocos

    • “Não há profundo movimento português que não seja um movimento árabe, porque a alma árabe é o fundo da alma portuguesa”.
      Fernando Pessoa

  21. É interessante como cheguei ao seu blog, pelo qual desde já o felicito e agradeço tanta informação nele contida. Estando a ler o livro de Ildefonso Falcones, “A Mão de Fátima”, que descreve a Rebelião das Alpujarras, vim à net averiguar a origem dos Monfies e dei de caras com esta sua preciosidade.
    Bem haja.
    Cumprimentos
    Luis Mourinho Videira

  22. Por acaso aqui cheguei. Achei um trabalho deveras interessante, com notória utilidade cultural. Como antigo aluno do Dr. José Pedro Machado, com quem aprendi muito do pouco que sei sobre as chamadas Humanidades, em geral, fiquei naturalmente bastante agradado, pelos temas aqui tratados. Desejo ao autor desta página as maiores felicidades no seu trabalho profissional e de lazer e que continue a difundir estas informações de cariz cultural, para benefício de todos os interessados em conhecer as raízes do Português e as influências da Língua Arábica que sobre ele se exerceram durante os séculos em que os muçulmanos ocuparam esta parte da Península Ibérica. Cordiais Saudações.

    • As ruínas do Ribat da Arrifana estão visitáveis, sendo o acesso às mesmas feito de forma livre. As estruturas postas a descoberto encontram-se protegidas de forma individualizada por vedações do tipo rede metálica. Deixo aqui o link do relatório das escavações, que se encontra publicado (“O Ribat da Arrifana, Aljezur, Algarve, Resultados da campanha de escavações arqueológicas de 2002”, ROSA VARELA GOMES e MÁRIO VARELA GOMES):

      Click to access 19.pdf

      Cumprimentos

  23. Por curiosidades idênticas e ‘familares’, conheceu da ocorrência dos cursos do Professor García Domingues que decorreram na Universidade de Faro pelos idos ’80, que descontinuei e, como terminaram, tendo poucos anos mais tarde ouvido do falecimento do Professor de Silves, grande ‘causísta’. Pedro Castelo Ramos.

    • Garcia Domingues é uma referência incontornável do Arabismo português. Infelizmente o seu mérito nunca foi reconhecido pelas entidades oficiais deste país.

Deixe um comentário